AÇÃO DE GRAÇAS E O RETORNO AO CONSUMO
“A situação material em que o homem vive, é o que o cria.” Ludwig Feuerbach
O presente artigo tem por objetivo abordar de forma generalista, o Dia de Ação de Graças e pós Ação de Graças, a “Black Friday”.
DA AÇÃO DE GRAÇAS:
O Dia de Ação de Graças (AO 1945: Dia de Acção de Graças), conhecido em inglês como Thanksgiving Day, é um feriado celebrado nos Estados Unidos e no Canadá, observado como um dia de gratidão a Deus, com orações e festas, pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.
DA BLACK FRIDAY:
Black Friday é uma ação de vendas anual criada nos Estados Unidos e no Canadá. Acontece todos os anos no mês de novembro, um dia após o feriado de Ação de Graças. Durante a Black Friday, lojas físicas e online oferecem promoções de diversos produtos durante todo o dia.
Nos Estados Unidos e no Canadá o Dia de Ação de Graças é uma forma de conscientização sobre os impactos do consumismo no mundo. (Buy Nothing Day) “Mantenha a calma e não compre”. Entretanto, no dia seguinte esses países voltam a consumir de forma eufórica.
Dessa forma, o Brasil e mais de 60 países, passaram a seguir o modelo de consumo americano e o canadense, após americanos e canadenses passarem o Dia de Ação de Graças se conscientizando sobre o excesso de consumo – muito embora, voltem ao consumo no dia seguinte, com um slogan chamado: BLACK FRIDAY. Esta é uma ferramenta instigante do marketing, com descontos tentadores e, supostamente, os melhores do ano.
DA CONSCIENTIZAÇÃO DO CONSUMO:
O Dia Mundial sem Compras foi criado com o objetivo de incentivar as pessoas a refletirem sobre o consumismo excessivo e repensarem sobre os novos estilos de vida baseados em um consumo consciente e sustentável.
Essa forma de conscientização surgiu em Vancouver, no Canadá, criado pelo artista Ted Dave, em setembro de 1992. Posteriormente, foi promovido pela revista canadense Adbusters. Em 1997, a data foi transferida para a sexta-feira após o Dia da Ação de Graças americano, conhecido como, “Black Friday”, assim como já mencionado acima: é um dos dias mais agitados de compras nos Estados Unidos. Fora da América do Norte, a efeméride passou a ser adotada sempre no último sábado de novembro. Para os ativistas britânicos do Buy Nothing Day, a intenção não é mudar o estilo de vida do planeta num único dia. A ideia é despertar a consciência das pessoas para que percebam os impactos de seu consumo no meio ambiente.
Todo consumo causa impacto – positivo e/ou negativo – na economia, nas relações sociais, na natureza e em cada indivíduo. Ao ter essa consciência, o consumidor pode buscar aumentar os impactos positivos e diminuir os negativos de consumo na hora de decidir pelo o que comprar, de escolher o que comprar, de quem comprar, como comprar, de definir a maneira de usar e, depois, descartar o que não lhes serve mais. O Dia Mundial Sem Compras busca, portanto, contribuir para a construção de uma sociedade que promova um maior sentido de vida para as pessoas e o respeito aos recursos naturais e sociais.
Embora, os impactos de consumo no mundo são muitos, entre eles destacam-se: os impactos ambientais, que têm como exemplo, o lixo cumulativo para o planeta, que demoram muito tempo para se decompor, ou tempo indeterminado – e vem poluindo o planeta de forma pavorosa!
A questão não é necessariamente, as pessoas pararem de consumir, mas sim, ter a conscientização de como o indivíduo gostaria de ser tratado em um presente ampliado, o que chamamos de futuro. Para tanto, precisamos cuidar do planeta, começando com mudanças significativas no cotidiano.
DO CONSUMO A ESCRAVIZAÇÃO DOS PADRÕES:
O consumo, de certa forma escraviza o homem tornando-o submisso a determinados padrões de comportamento previamente estabelecidos pela sociedade, mas que na maioria das vezes não condiz com as classes sociais e, sobretudo, com os valores morais a que deveriam estar ligados. Diante disso, houve grande impacto das relações de consumo no mundo contemporâneo, uma vez que as pessoas se encontram cada vez mais dependentes do consumo (“dos seus afetos”), e o fator vulnerabilidade se encontra ascendente, devido ao desconhecimento da população tendo em vista somente o acompanhamento da mídia e a imposição desta, para que possamos nos adequar aos novos padrões ditos como moda. Enquanto isso, o consumidor é manipulado devido ao desconhecimento, ao fator cultural e a inércia pela busca de seus direitos. O Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078 de 11 de setembro de 1990, em consonância com a Constituição Federal de 1988, busca esclarecer e firmar todos esses direitos e deveres a fim de formar um cidadão consciente e ativo no que diz respeito a sua atuação com tal. Mas, ainda nos encontramos muito distantes, na formação de cidadãos conscientes.
CONCLUSÃO:
O Dia de Ação de Graças deveria estar na consciência das pessoas todos os dias. Todavia, esse assunto não se findará por aqui, ficará em aberto para novas discussões.
REFERÊNCIAS:
FIGUEIREDO, Fábio Vieira. FIGUEIREDO, Simone Diego Carvalho. Código de Defesa do Consumidor Anotado. São Paulo: Rideel, 2009.
FILOMENO, José Geraldo Brito. Manual de direitos do consumidor. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
HALL, S. (2000). A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A.
Instituto Akatu e site www.akatu.org.br.
Wikipédia, a enciclopédia livre
Marcia Vino
O consumo é próprio do meio em que vivemos. A nossa sociedade nos impõe isto para estarmos dentro do “padrão”. O consumo consciente só vem com a maturidade.
Pilar Figueroa
Ótimo assunto. Antes de mais nada, quero falar que ninguém se dá conta que fomos consumidos em primeiro lugar pelos Estados Unidos da América do Norte. Somos americanos POBRES DE ESPÍRITO, pois seguimos à moda dos países ricos com marcas de roupas, sapatos, bolsas, carros etc., quando não lutamos pela saúde, educação e a política brasileira que só nos furta. Penso que os pais deveriam ensinar seus filhos a lutarem pelos seus direitos desde crianças, mas ao invés disso, ensinam consumir!!! Hoje, os pais acreditam que só serão bons pais se derem aos seus filhos, o celular da moda. Pais, vocês precisam dar o amor e educação que nunca saiu de moda. Parabéns, pelo trabalho, nunca encontrei nenhum trabalho sobre a falsa bondade dos Estados Unidos da America do Norte. Ei, vocês aí, vivemos na América do Sul e pelo que eu conheço essa parte da América do Sul até hoje só foi roubada.