Abordaremos neste artigo as diferentes estruturas de personalidade, embora o foco deste assunto seja a estrutra psicopática e/ou perversa. Para melhor elucidação do caso falaremos à frente das três estruturas de personalidades.

Quando falamos em psicopatas, de imediato nos faz pensar em um sujeito completamente desprovido de sensatez, segurando pedras nas mãos, pronto a atira-las no alvo. Mesmo diante dos bombardeios de informações sobre a psicopatia, ainda é muito complexo para a sociedade discernir o que é, e como age um psicopata, posto que esta estrutura seja extremamente habilidosa em ludibriar pessoas. E, assim, de forma muitas vezes errôneas vemos reportagens de TV que tendem a mostrar aos espectadores que todo sujeito que comete um crime hediondo é um psicopata. Mas muitas vezes, o assassino qualificado como psicopata pela sociedade cometeu um crime durante um surto psicótico. Portanto, a estrutura psicótica é totalmente distinta da estrutura psicopata/perversa. Poderíamos dizer que a psicose é facilmente identificada, quando comparada a psicopatia.

Todavia, elucidando as diferenças dessas duas estruturas, entendemos as suas particularidades, por exemplo, a psicose é a completa perda do senso de realidade: o psicótico alucina e delira, rompendo com a barreira da realidade e/ou razão – já o psicopata é uma estrutura onde o sujeito não perde jamais o senso de realidade, pois são praticamente 100% razão. O psicopata não alucina, pois não há emoção envolvida na psique do sujeito. Outro ponto a ser analisado é o transtorno de personalidade narcisista, ou seja, praticamente todo psicopata é um narcisista, mas nem todo narcisista é um psicopata. O narcisismo é um transtorno de personalidade, que, pode estar presente em todas as estruturas estudadas pela psicanálise. A diferença entre o narcisista e o psicopata é a crueldade. O narcisista é focado nele – ele usa, também, as pessoas, mas não tem a maldade do psicopata.

DAS ESTRUTURAS DE PERSONALIDADE

Aqui abordaremos as três estruturas: neurótica, psicótica, perversa e/ou psicopatia. Na estrutura neurótica o sujeito não surta, mas tem crises. A diferença entre o surto do psicótico para a crise do neurótico, é que o neurótico por mais afetado que esteja pelos seus problemas, sabe o dano que causa ao outro, e, sente culpa e remorso pelo que faz, o psicótico por sua vez, rompe com a barreira da realidade, ou seja, não tem consciência dos seus atos, na contramão dessas estruturas anteriores, o psicopata nunca sentirá culpa e/ou remorso – ele é incapaz de se colocar no lugar do outro, mas ele tem certeza do dano causado – e ainda calcula os danos para saber o custo-benefício da ação.

Como já mencionado acima, o narcisismo é um transtorno de personalidade, por isso, o transtorno de personalidade narcisista é permanente, ou seja, dificilmente um narcisista irá mudar sua maneira de ser e viver, pois sua maneira de ser não o faz sofrer, pelo contrário, é até muito prazeroso – enquanto que as perturbações psicóticas são muito sofridas, mas podem ser controladas mediante administração correta de medicamentos neurolépticos, com acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico. Embora não exista cura para as doenças mentais. Na estrutura psicótica, por exemplo, existem ramificações de doenças diferentes – sendo a esquizofrenia uma delas. Portanto, o esquizofrênico que está na classificação da estrutura psicótica, deverá tomar medicamentos controlados para manter uma qualidade de vida melhor.

DOS NÍVEIS DE PSICOPATIA X ASSASSINOS EM SÉRIE

É importante ressaltar que temos níveis diferentes de psicopatia, sendo assim, entendemos que a maioria dos psicopatas não matam. Dados revelam que 4% da população seja psicopata, embora não possamos afirmar, pois geralmente eles não cometem diretamente o delito e/ou a maldade, já que sempre usam alguém.

Os psicopatas matadores em série são apenas 1% da população. “O Serial Killer (assassino em série) é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com determinada frequência, geralmente mantendo um “modus operandi”, para registrar a sua marca na vítima, assim, na maioria das vezes esses criminosos deixam pistas, como uma assinatura no corpo de suas vítimas”.

Segundo estudos é provável que o meio em que o psicopata vive, bem como o nível estrutural desse sujeito, possa contribuir para a criação de um serial Killer, por exemplo, o lugar onde são criados estabelecerá o nível de crueldade. Quanto maior o nível de violência no ambiente onde são criados, maior será a probalidade de se tornar um matador contumaz. Estamos muito aquém de uma resposta definitiva sobre as origens de um assassino em série, e, analisando mais detalhadamente, serial killers, são casos tão extremos que é natural para nós nos questionarmos se esses sujeitos não possuem defeitos cerebrais. Mesmo havendo defeitos cerebrais que afeta o campo das emoções não os isentam da maldade praticada. Mas, o nosso objetivo neste assunto, é nos ater a estrutura perversa e embotada. Contudo, a maldade é independente do ambiente familiar, tendo em vista que, a maior parte dos psicopatas não matam, não são serial killers. Eles usam o outro para os seus feitos. Muito embora, o ambiente familiar favoreça o perfil de cada psicopata, ou seja, quando criados em ambientes com educação, afeto e limites, mais sofisticados e inteligentes serão. Melhor dizendo: saberão usar com maestria a maldade sem sujar as suas mãos.

DIFICILMENTE OS PSICOPATAS SÃO DESCOBERTOS PELA SOCIEDADE

O psicopata sempre usará o outro para cometer qualquer tipo de maldade. O psicopata, como já mencionado, manda o outro cometer o crime, por isso, dificilmente ele será o vilão aos olhos da sociedade. Nesse caso, sim, um sujeito com transtornos psicóticos, por exemplo, é uma presa fácil nas mãos de um psicopata. Os psicóticos têm estruturas muito frágeis e podem ser facilmente manipulados.

A MULHER PSICOPATA

Fala-se muito em homens psicopatas, deixando de lado, uma parcela considerável de mulheres psicopatas. Vamos falar de traços de mulheres psicopatas, tendo em vista que homens seguem scripts similares.
Portanto, estudos revelam que, psicopatas têm a testosterona muito alta, sendo assim, os deixam ainda mais instigantes. Seduzem e manipulam naturalmente, já que isso faz parte da natureza deles. Os psicopatas são ótimos parceiros sexuais, enquanto os interessa. Nesse caso, as mulheres psicopatas são ainda melhores, haja vista a mulher tem a seu favor sensualidade feminina, assim, usa todo o seu potencial feminino para atingir o seu ideal. Por exemplo, as mulheres psicopatas seduzem um homem facilmente pelo sexo. Geralmente, a psicopata leva o homem à falência financeira, e, consequentemente, destroem à sua saúde. A psicopata é audaz, sedutora e extremamente manipuladora, mas isso não é novidade, pois é da natureza dessa estrutura exterminar o outro. As psicopatas são ainda mais perspicazes e ameaçadoras nos seus objetivos, já que usam a sedução feminina o tempo todo a seu favor, tendo em vista que o homem é visual – ela tem o corpo como seu maior instrumento de conquista e sedução. A psicopata é mestre em envolver o seu parceiro à assinar qualquer documento que lhe dá poder total em seus negócios. Assim, o que ela quer é dinheiro, poder, prazer, status e diversão. As mulheres psicopatas costumam ter muitas amizades, visto que conseguem facilmente se destacarem na sociedade e nos grupos a que pertencem. Na amizade são vistas como as melhores parceiras para se divertir, já que são excessivamente animadas, quando estão fazendo o seu próprio jogo de interesses. Dificilmente, suas amigas vão perceber o seu veneno, a não ser que ela queira se apropriar do que a amiga tem – geralmente, o alvo mais comum são os maridos e namorados de suas amigas.

O MUNDO ONDE OS PSICOPATAS HABITAM JUNTOS

Os psicopatas quando juntos, por exemplo, em um sistema carcerário se dão muito bem, pois sabem e se reconhecem como poderosos. Por esse motivo, nos presídios sempre têm os chefes que dominam e comandam determinados grupos. Por isso, ou, dificilmente irão se digladiar entre si. Do mesmo modo acontece na política, os psicopatas se unem para alcançar seus objetivos. São como escorpiões, eles sabem o veneno que têm, visto que são da mesma natureza.

O PSICOPATA DIANTE O PODER JUDICIÁRIO

O psicopata sempre vai virar a história do avesso, ou seja, de réu e/ou ré, eles se passam como a vítima, sobretudo, nos tribunais. Eles são capazes de convencer o judiciário, o juiz, que ele foi lesado pelo autor. O juiz, então, acaba acreditando na versão contada pelo (a) psicopata – e dá ganho de causa para o réu e/ou ré. No tribunal, esses sujeitos deixam a vítima tão transtornada, a ponto de o juiz, julgar a postura desatinada do autor, sem se ater aos fatos, mas sim, as ações do autor naquele momento do julgamento, posto que o/a psicopata conseguiu o feito que era desestruturar as emoções do autor e o juiz passa a acreditar que o autor, a vítima do psicopata é má!

O psicopata consegue forjar provas contra o autor/vítima. O psicopata vai usar de todos os subterfúgios contra a vítima. Enfim, de autor em uma disputa judicial vira réu.

A recomendação é cortar qualquer tipo de contato com o psicopata, porque, ele (a) vai jogar a todo o momento.

A vítima deve viver sem contato com o/a psicopata.

AS DIVERSAS FACETAS

O psicopata usa diversas máscaras – para cada caso ele (a) usa uma máscara que lhe convém.

O psicopata finge e dissimula o tempo todo! São os mestres da encenação, são os atores da vida real.

Vale ressaltar que, não importa o grau de parentesco – na família, por exemplo, se for pai, mãe, filho (a), irmão (a), não se iluda – corte o contato. Não adianta permanecer em um ambiente doente – alimentando uma possível mudança. Eles (as) são escorpiões.

Por fim, sabemos que não importa o grau da maldade de um psicopata, sempre causará danos ao outro e a sociedade como um todo. Muito embora, o poder judiciário brasileiro ainda trabalhe de forma retrógrada nesses casos. Um juiz, por exemplo, deveria conhecer muito além das leis, ou seja, todo juíz deveria conhecer as três principais estruturas humanas supracitadas, posto que para sentenciar uma causa, antes de avaliar e julgar de forma subjetiva, deveria ter um olhar e um saber mais crítico sobre a condição humana.

Autora, Luzziane Soprani