Para falarmos sobre desenvolvimento familiar vale ressaltar o complexo de Édipo. O termo complexo de Édipo é bastante conhecido e difundido, porém pouco compreendido. O Complexo de Édipo é a interação do filho com o relacionamento dos pais.
Complexo de Édipo – Conceito em psicanálise.
Complexo de Édipo é um conceito fundamental para a psicanálise, entendido por esta como sendo universal e, portanto, característico de todos os seres humanos. O Complexo de Édipo caracteriza-se por sentimentos contraditórios de amor e hostilidade. Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas esta ideia permanece, apenas, porque o mundo infantil resume-se a estas figuras parentais ou aos representantes delas. Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser humano.
Melanie Klein afirma que o Complexo de Édipo inicia-se nos primeiros anos de vida, e que possui um começo semelhante em ambos os sexos, sendo o seio materno o marco primeiro para a situação edípica. (…). O bebê, após o nascimento, julga ser a mãe um prolongamento do próprio corpo, cuja finalidade é atendê-lo sistematicamente, bastando para isso acionar o desejo-pensamento. (Eu penso e as coisas acontecem). Com o crescimento, esta percepção sofre algumas modificações, a partir do momento em que o bebê percebe que a mãe é um ser independente dele, e não um apêndice funcional e escravizado pelos desejos e necessidades. Essa percepção, juntamente com a observância de que existe um vínculo entre o pai e a mãe, prepara o alicerce para o Complexo de Édipo. 1 (Segal, Hanna. Introdução à Obra de Melanie Klein. Imago Editora, 1975. Pág. 93.).
O objetivo desse artigo em termos gerais é elucidar a forma de como o sujeito encontrou para resolver o seu primeiro interesse amoroso ou interesse sexual. No entanto, usar o termo interesse AMOROSO é mais simples de ser aceito do que o termo interesse SEXUAL, que normalmente é sentido pelo genitor do sexo oposto. Amor e sexualidade não são coisas distintas nas crianças, elas fazem parte do mesmo sentimento. A forma como a criança lida com essa fase edípica é transportada para seus futuros relacionamentos amorosos. Por isso, é importante uma boa relação familiar. Partindo desse ponto de vista, a relação dos pais influencia o desenvolvimento psico-afetivo de seus filhos.
A família possui um papel primordial no amadurecimento e desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos, apresentando algumas funções primordiais, as quais podem ser agrupadas em três categorias que estão intimamente relacionadas: funções biológicas (sobrevivência do indivíduo), psicológicas e sociais (Osório, 1996).
Quando falamos em interesse sexual infantil não se pode entender como se fosse o mesmo interesse sexual do adulto. As crianças não estão desejando transar com os pais – é um desejo diferente. É a ideia de ter alguém que passa a sensação de proteção. As aplicações e consequências do Complexo de Édipo são encaminhadas para toda vida, e determinam em grande parte a forma de agir e de relacionar-se que o sujeito terá com o mundo, inclusive, com seus parceiros. Por isso, as qualidades da convivência dos pais, provavelmente, vão interferir na vida amorosa dos filhos.
Os pais que têm um entendimento melhor do contexto familiar e/ou que se preocupam mais com os melindres da educação de um filho têm dúvidas sobre como agir nesse período da vida da criança – que ocorre por volta dos 3 e 5 anos de idade. O que acontece geralmente é um afastamento por parte do adulto, ou mesmo, a desaprovação explícita do comportamento da criança, da manifestação do seu amor. Por vezes, reprimi-la e envergonha-la em suas demonstrações de afetos acaba sendo o mais comum.
Com base nessa relação entre pais e filhos: Toda criança espera e necessita da aprovação dos pais para aceitação de si mesma… As consequências de uma educação repressora ou evasiva seguem por toda a vida do indivíduo. E dessa maneira o amor e a sexualidade se transformam em sentimentos completamente distintos.
As famílias bem-sucedidas, que as relações dos adultos são saudáveis – entre mãe e pai – e que ambos reconhecem à sua própria sexualidade e a importância desta na vida do casal, permitem que seus filhos também sejam seres sexualizados e bem-resolvidos. A dificuldade de lidar com a sexualidade do filho – pode surgir dos pais que não conhecem e, não lidam bem, com sua própria sexualidade. De todas as condições possíveis essa relação seria a mais comum. A despeito disso, estando os genitores separados, àquele que se sente carente afetivamente, preenche a ausência do ex-companheiro com a criança, e esta passa ocupar o lugar que era destinado ao companheiro – e não ao filho. Casos muito comuns também são àquelas pessoas que não aceitam a separação, e usam a criança como “escudo” para provocar e se defender do ex-parceiro. Desencadeando, desse modo, diversos transtornos futuros na vida da criança.
Às vezes, por cautela e/ou preconceitos de uma educação repressiva, os pais se perdem na educação dos filhos e repetem o mesmo processo de educação que tiveram. E ao separar sexo e amor na infância acaba por desencadear relacionamentos adultos que não são capazes de satisfazer nos dois sentidos. Dessa forma, o sexo é colocado muitas vezes de maneira promíscua. O valor do amor e o sexo deveriam caminhar juntos. Assim, teríamos relacionamentos/casamentos que além de proteção e aconchego dariam prazer sexual adulto. Teríamos relações sexuais que além do prazer envolveria amor e respeito.
É considerável que as abordagens amorosas da criança em relação aos pais sejam de certa forma frustradas, mas que ainda assim: é necessário que os pais reconheçam que seu filho (a) é um Ser sexualizado e capaz de amar. Alguém digno de amor. A criança terá um modelo saudável de como relacionar-se amorosamente com os outros e com os próprios pais. Para isto precisamos de pais que cuidem de nossas necessidades e estimulem nossas capacidades para singrarmos mares. O Navio não foi feito para ficar ancorado no porto. Há muitos indivíduos ancorados inconscientemente. E isso não é raro.
Bittencourt Mellissa
ACHO Q TODOS NOS DEVERIAMOS NOS CONSCIENTIZAR DESSE 1º MOMENTO NA VIDA DAS CRIANÇAS… FAZER E TER FILHOS É FACIL…DIFICIL É SABER ENTENDER A PROFUNDIDADE DE UM SER HUMANO. NEM SEMPRE, MAS MUITAS VEZES A DELINQUENCIA VEM DOS PROPRIOS PAIS Q NAO SABEM EDUCAR OS FILHOS COM DESCULPAS MIL…
Alec Aoyama
É claro, carinho, amizade e atração (“chemistry”), amor e desejo sexual em relação o parceiro são todos partes de uma relação muito saudável. Penso, todas as partes devem estar presentes em uma boa relação entre os dois parceiros.
Talvez, de todos os componentes precisam formar a partir da primeira infância, assim relacionamento saudável entre pais e filhos, especialmente, o que as crianças observam entre os pais, é o mesmo. Eu acredito firmemente, que a história se repete como uma espiral, portanto, escalada em todas as suas aparições com estágios avançados. Neste caso, o relacionamento entre os pais, se é saudável ou não, não quer dar uma base para um relacionamento melhor ou pior do que as crianças, quando este iria crescer. Naturalmente, isso levaria a uma explosão de sentimentos de uma forma ou de outra.
Então, eu realmente concordo com você, que Complexo de Édipo desempenha um papel importante na formação da psique de uma pessoa.
Eu não acho, é necessário que eu notar, que os parceiros se juntar na relação com um casamento posterior pelas razões erradas: dinheiro, prestígio, qualquer outro ganho materialista, a sua relação está condenada desde o início, levando assim a um cataclismo de um ambiente muito saudável para suas crianças e filhotes de seus filhos, para as crianças tendem a repetir o comportamento dos pais e hábitos, na maioria dos casos.