Não basta existir, é preciso viver. E viver é muito mais que existir.
Viver implica aprender e, para ser aprendiz, é preciso humildade para reconhecer a própria ignorância. (Maísa Intelisano – São Paulo, 02 de fevereiro de 2005).

Passamos à vida tentando chegar a um lugar imaginário, onde há uma felicidade esperada por nós. O que não sabemos é como chegar nesse lugar que a felicidade está. A propósito como viver em harmonia com o outro, se não abrir mão da razão?

Tem muita gente que prefere ter razão a ser feliz. As pessoas somatizam dores, pelo desejo de provar um ponto de vista inflexível. Elas morrem por causa da sua imbatível razão. Chegou o fim, porém, ele (a) não perdeu sua razão. Provou que estava certo! Só que acabou.

A gente pode se sentir feliz quando acha que a vida que se está vivendo vale a pena ser contada. E é importante considerar que isso não acontece no final do balanço, quando o padre chega para dar a extrema-unção. O ideal é enxergar esse sentido na própria história sempre, mesmo aos 15 anos. Contardo Calligaris.

Nos relacionamentos entre casais – existem pessoas que foram feitas para qualquer um, menos um para o outro, ou seja, nunca deveriam ter se aliado. Há situações tão óbvias que quando analisamos cada um em particular, estas pessoas acabam percebendo esta realidade. E se questionam: “Eu nunca deveria ter me relacionado com aquela pessoa”. “Eu não devia ter aceitado as condições impostas por ele (a)”.

Quanto mais uma razão cultivada se consagra ao gozo da vida e da felicidade, tanto mais o homem se afasta do verdadeiro contentamento; e daí provém que em muitas pessoas, e nomeadamente nas mais experimentadas no uso da razão, se elas quiserem ter a sinceridade de o confessar, surja um certo grau de misologia, quer dizer de ódio à razão. E isto porque, uma vez feito o balanço de todas as vantagens que elas tiram, não digo já da invenção de todas as artes do luxo vulgar, mas ainda das ciências (que a elas lhes parecem no fim e ao cabo serem também um luxo do entendimento), descobrem, contudo que mais se sobrecarregaram de fadigas do que ganharam em felicidade. (Emmanuel Kant, in “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”).

A estupidez humana é digna de troféus! Se buscarmos nos relacionar com as pessoas é preciso respeitar a condição do outro e vice-versa. Pois é, qual o propósito de se ter razão o tempo todo? Ter razão significa provar algo para alguém. Provar seu ponto de vista. Por exemplo, é exigir de si mesmo viver da razão e não das suas emoções. Mas, isso só tem valor, se o resultado disso for útil para quem prova. Se quem prova não só não ganha nada com à sua suposta prova –  desse modo, pode-se perder toda uma vida. Então, qual o propósito de brigar tanto pela prova?

Às vezes, é preciso deixar a razão de provar tudo para encontrar a felicidade. Enfim, nem sempre temos razão sobre a maioria das coisas que pensamos, falamos e/ou fazemos. Está em jogo a subjetividade de cada um… Tenha menos razão e seja mais feliz!