“Freud foi o primeiro a afirmar que a consciência era muito mais abrangente do que se imaginava e o que as pessoas mostravam era apenas a ponta do iceberg. Grande parte do nosso ser está mergulhada nas profundezas do inconsciente.”

INTRODUÇÃO:

Neste artigo abordaremos o embotamento dos bons sentimentos. No entanto, não há a intenção de generalizar a singularidade do ser humano, por um único ponto de vista, na qualidade de adjetivos listados neste artigo. Com isso, necessário se faz o bom senso.

Partindo dessa premissa, o relacionamento com pessoas que não manifestam bons sentimentos, bem como: carinho, afeto, carisma, compreensão, respeito -, corre-se o risco de se transformar convivências em frustrações – para quem de forma espontânea deseja receber gestos afetuosos de intimidade.

Vale lembrar que, o comportamento mais frio, se estende para todos os tipos de relacionamentos, bem como: relacionamento de amizade, relacionamento entre casais e, também, relacionamento familiar. Este último, o familiar, pode ser o causador dessa frieza.

A frieza afetiva pode ser sentida com mais intensidade nos relacionamentos entre os casais, pois, é  quando as pessoas desejam unir-se a outra parte, para realização dos seus sonhos, ou das suas faltas, inclusive, para suprir a frieza afetiva que sentiram na infância. Seria então, a realização plena.

DO EMBOTAMENTO AFETIVO:

A causa do embotamento afetivo desencadeia alguns traços de personalidade, bem como: pessoas secas, distantes, narcisistas, podendo ser também inibidas e introvertidas. São vários os perfis psicológicos e um contingente de razões que se ocultam por trás desses comportamentos. Com frequência, essas pessoas podem ser atraentes, cultas, inteligentes, carismáticas – geralmente, conseguem ser fascinantes, misteriosas, deixando uma magia no ar – atraindo de forma instigante os olhares inocentes e eufóricos dos seus parceiros. Quanto mais qualidades exibem, mais importantes e irresistíveis se tornam, mas em contrapartida tamanho é o efeito de sua frieza e afastamento emocional – levando à frustração e o sentimento de solidão que causa no outro.

Na realidade, a aspereza afetiva é compensada pelas qualidades que o envolvido enxerga no outro. Muitas dessas pessoas frias, se soltam e desfrutam os momentos de intimidade, com isso até conseguem satisfazer o parceiro, no entanto, ao passar o êxtase retornam ao seu mundo misterioso e isolado, ou, voltam para suas ocupações – abandonando o parceiro que outrora se sentiu amado. Mas é necessário sensibilidade, quando se trata de parceiros amorosos, para não se iludir com as suas próprias carências e idealizar-se no outro. Nós, seres humanos, costumamos idealizar demais, com isso a frustração quando nos acomete pode ser devastadora.

A condição humana é heterogênea e complexa, admitindo a posse de atributos, qualidades e privações e ausências de outros. Os analfabetos emocionais podem ser maravilhosos na intimidade sexual, excelente no diálogo – embora, deixe a desejar na afetividade, causando um sentimento de impotência nos relacionamentos.

Quantas pessoas não são enganadas por demonstrações ilusórias de afeto, que acreditavam ser autênticas. Isto acontece entre indivíduos frios e quentes, e o que cada uma dessas temperaturas envolvidas oculta de seu sentimento oposto. Embora nada disso seja regra.

No início de um relacionamento, a parte quente da relação, pode sentir uma completude, mas com o tempo até para suportar o essencial deve conter um limite. E, no limite, a frieza do parceiro desencadeia angústias e frustrações, e põe à prova a parte quente da relação. É preciso ter muita maturidade para compreender o relacionamento sem unir os próprios fantasmas.

DA CONFUSÃO EMOCIONAL:

Vale ressaltar que, analfabetos emocionais, podem se confundir com os relacionamentos de infância, quando os seus pais não lhes davam atenção o suficiente e eram distantes – assim, na imaginação da criança – ela não era digna de receber o amor deles, pois não tinha qualidades para chamar atenção dos pais. Podemos juntar muitas coisas do passado de pessoas frias para entender o porquê o indivíduo não demonstra afetividade.

Todos nós sabemos que é impossível encontrar uma pessoa completa. Somos seres “furados”. E como diz Lacan: “Somos seres faltantes.” Se não falta é porque a pessoa não enxerga a falta, está simplesmente sonhando e alucinando seu parceiro.

CONCLUSÃO:

Em tempo em que os relacionamentos estão mais líquidos e menos consistentes, onde as relações acontecem facilmente nas redes sociais, as pessoas precisam despertar, para o fato que a inteligência abrange muito mais que a razão . É preciso entender que as emoções representam um aspecto importantíssimo do potencial humano.