Para falar um pouco de tipos de comportamentos assim, será abordada a análise do filme: “Duas Vidas” – interpretado por Bruce Willis. (O filme é uma boa indicação para autoanálise e para entender alguns comportamentos…).

Análise do personagem principal do filme: “Duas Vidas”.

O que se percebe no início é a “máscara” que o personagem principal, (Russ Duritz) usa a todo o momento. Seu uso serve para suplantar as insatisfações e feridas geradas na sua infância. Entretanto, retrata a vida de uma pessoa muito bem-sucedida financeiramente, um executivo de sucesso, mas não tem laços emocionais com à sua família de origem. Ele também não criou vínculos para fazer uma nova família e/ou manter um bom relacionamento.

Podemos perceber que ele ao se defrontar na sua história: com à sua criança de 08 anos (o menino). Ou seja, o seu passado… O encontro com esse menino o confronta, e traça um verdadeiro desafio com as feridas emocionais, que o personagem imaginava já ter superado.

Na realidade a dor, seja qual for: se não for vivida e curada, a qualquer momento da vida pode voltar com a intensidade dos anos.

O que percebemos no contexto do filme é o confronto que o personagem principal vive na trama. Ele é compelido a rever as emoções de lembranças doloridas, representado pelo surgimento da criança. Àquelas que ele não queria lembrar. Dores que ele não admitia que existissem; sonhos que ele já abrirá mão há muito tempo. (“Lembra-se do cachorro e do avião?”).

Quais seriam os motivos dessas lembranças aparecerem quando ele está por completar 40 anos? Elas não vieram por acaso, tiveram um motivo para reaparecer. Percebe-se que eram seus conflitos. Lembrando que o personagem encontrava-se emocionalmente naquela idade (08 anos). O filme retrata claramente o problema de relacionamento muito distante dele com o pai. Afinal, seus sentimentos quando criança foram de: humilhação, rejeição e abandono. Podemos observar que esse menino cresceu usando uma proteção contra as pessoas. Possivelmente, aconteceram muitas situações em sua vida para tornar-se um Narciso. E ao confrontar-se com esta realidade passada, fizeram com que ele saísse de situações congeladas.

O processo de cura inicia-se quando nos permitimos: falar, lembrar, repetir e elaborar, isto é, entrar em catarse. (Catarse: é uma explosão emocional, baseando-se na rememorização da cena e de fatos passados que estejam ligados àquelas perturbações. É um desabafo!). Para resolver relacionamentos, com movimentos de saídas emocionais dos problemas. Enfim, é preciso de uma resolução da pessoa. Decidindo pelo movimento.
Esse processo é doloroso, pois vivemos o dilema da mudança. Nesse caso, por que mudar depois de tantos anos? No filme eram 32 anos de congelamento.

Na maioria das vezes é necessário perdoar muitas pessoas, principalmente os pais e a si mesmo. No caso do filme, o personagem resolveu os seus conflitos com o pai. Entendeu o comportamento distante do pai, em função da perda prematura da mãe, e resolveu seus conflitos com os colegas de escola.

O confronto é isso: “Entrar em contato com aquilo que nos incomoda para resolver”. Contudo, o personagem teve a oportunidade de resolver à sua história e teve o final tão desejado. Na vida real, nem sempre temos a mesma oportunidade de voltar e fazer tudo de novo e diferente. Por isso, a análise-terapia possibilita a cura das dores, que nos deixa paralisados. Basta ter coragem e força de vontade para encarar aquilo que nos paralisa de frente. Sabemos que resolver nossos sentimentos não é fácil, mas não é impossível.