Para a psicanálise, a dissociação é um mecanismo de defesa primitivo, para se evitar situações de estresse, principalmente, situações de conflitos e/ou discussões. A dissociação, geralmente, ocorre entre mente e afeto.

DISSOCIAÇÃO NÃO PATOLÓGICA

Eventualmente, todos experimentamos falha na integração automática normal de memórias, bem como percepções, identidade e consciência. Por exemplo, uma pessoa pode dirigir para algum lugar e perceber que não se lembra de muitos aspectos do percurso em razão de preocupações com questões pessoais, um programa no rádio ou uma conversa com um passageiro. Especificamente, essa falha, chamada dissociação não patológica, não atrapalha as atividades do dia a dia.
Em relação, indivíduos com transtorno dissociativo podem se esquecer completamente de uma série de comportamentos normais que duraram minutos, horas, dias ou semanas e podem sentir falta de um período de tempo em suas experiências.

DISSOCIAÇÃO PATOLÓGICA

Nos transtornos dissociativos, a integração normal da consciência, memória, percepções, identidade, emoção, representação corporal, controle motor e comportamento é rompida, e a continuidade do self é perdida.
Indivíduos com transtorno dissociativo podem submeter-se consequentemente a:

Intrusões espontâneas na consciência com perda da continuidade da experiência, incluindo sentimentos de desprendimento do self (despersonalização) e/ou do ambiente (desrealização) e fragmentação da identidade. Perda de memória em relação a informações pessoais importantes (amnésia dissociativa)

ESTIMATIVA X PERCENTUAL DO TRANSTORNO DISSOCIATIVO

Não se sabe um número preciso de indivíduos que apresentam o transtorno dissociativo de identidade. Em um estudo de pequeno porte, cerca de 1,5% dos indivíduos apresentavam o transtorno em um determinado ano.

O transtorno dissociativo de identidade tem as seguintes formas:

Possessão X Não possessão.

Na forma possessiva, as identidades diferentes da pessoa aparecem na forma de um agente externo, que tomou controle da pessoa. O agente externo pode ser descrito como um ser ou espírito sobrenatural (geralmente um demônio ou um deus, que exige que a pessoa seja punida por ações passadas) mas, às vezes, é outra pessoa (normalmente alguém que já morreu, às vezes de maneira dramática). Em todos os casos, as pessoas conversam e agem de forma diferente da que normalmente fazem.

Portanto, as identidades diferentes são óbvias para as outros indivíduos. Em muitas culturas, estados semelhantes de possessão são uma parte normal da cultura ou religião local e não são considerados um transtorno. Em contrapartida, no transtorno dissociativo de identidade, a identidade alternativa não é desejada, provoca angústia e comprometimento substanciais e surge em horas e locais que são inapropriados para a situação social, cultura e/ou religião da pessoa.
As formas não possessivas tendem a ser menos aparentes aos outros. Os indivíduos podem sentir uma alteração súbita no senso de si próprios, às vezes sentindo como se fossem observados de seu próprio discurso, emoções e ações, em vez de agente.

CONCLUSÃO

Transtornos dissociativos frequentemente se desenvolvem depois de estresses opressivo. Esse estresse pode ser gerado por eventos traumáticos ou conflito interno intolerável. Transtornos dissociativos estão associados a transtornos relacionados a trauma e estresse; (transtorno de estresse agudo e transtorno de estresse pós-traumático), que podem incluir sintomas dissociativos (p. ex., amnésia, flashbacks, entorpecimento, despersonalização/desrealização).

REFERÊNCIAS

Autora, Luzziane SOPRANI

Manual MSD para Profissionais – Merck Sharp & Dohme Corp.
Manual MSD – Versão Saúde para a Família – desde 1899.