Ponham algo de si na psicanálise, não se identifiquem comigo […]. Tenham seu estilo próprio, pois eu tenho o meu […

Jacques Lacan

O presente artigo tem por objetivo tratar o relacionamento entre analista versus analisando. Neste artigo abordaremos uma linha de pensamento da psicanálise, haja vista em psicanálise temos outras correntes e linhas de pensamentos.

Na análise, há uma pergunta que não soa estranheza para o analista, quando se é questionado: Analista só ouve ou também fala? Analista fala. Fala no momento que faz diferença falar.

Nesse aspecto, existem outras perguntas pertinentes, por exemplo: Qual a sua linha de atendimento e/ou como funciona a análise?

É prudente esclarecer como funciona o processo de análise ao analisando. De forma simples e didática para que o analisando possa compreender. Muito embora, cada profissional trabalha de forma subjetiva, ou seja, introduzindo à sua própria maneira de conduzir o processo analítico, bem como a sua linha de pensamento.

Partindo deste princípio, o analista é determinado pelos traços de personalidade, isto é, o perfil do próprio profissional. Nós, psicanalistas sabemos que a personalidade do analista não deve comparecer nas sessões de análise. Mas, não podemos negar que, a forma de conduzir o processo terapêutico se dá a partir do analista.

É evidente que o analista, não conseguiria deixar o analisando completamente satisfeito, pois à análise acontece numa boa dose de insatisfação. Quase tudo na análise demanda tempo -, pois a elaboração só acontece no momento do insight. Mas o que é um insight? Uma vez que esta é uma palavra muito utilizada quando falamos em autoconhecimento? O insight significa descobrir e/ou perceber algo que antes o analisando não percebia sobre si mesmo. Citaremos aqui um exemplo: “Em determinado momento o sujeito percebe que está sendo manipulado por alguém, mas descobre que está permitindo que isso aconteça, assim sendo, está tentando compensar algo que antes nem se dava conta. Quando você percebe a situação, é como um despertar interior. Antes havia uma cegueira, e agora as “coisas” ficaram claras”.

Contudo, é de grande relevância o analisando saber que o analista não pode e nem deve ser um conselheiro.

“O ato ultrapassa o analista. O que é preciso compreender é que o psicanalista age o tempo todo. Ele está sempre no ato, mas não o sabe. Não há, pois, salvação possível na abstenção.”

Por mais incômodo que sejam os sintomas do analisando, é necessário coragem para enfrentar os próprios fantasmas, para então, se obter às mudanças possíveis e necessárias.

CONCLUSÃO

Da mesma forma que para Vinícius a mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, para Lacan a palavra do analista tem que ter qualquer coisa além do sentido.”

FONTE:

Autora – Luzziane Soprani

Citações do Psicanalista lacaniano – Jorge Forbes – Da palavra ao gesto do analista – Jorge Zahar Editor, 1999. Pela Coleção Campo Freudiano no Brasil